Uso da moringa evita aplicação de sulfato de alumínio, tóxico para natureza. Técnica também elimina bactérias e torna água própria para uso.
As águas escuras do Rio Negro, no Amazonas, precisam ser clarificadas e purificadas antes de serem consumidas. Um dos produtos usados neste processo é o sulfato de alumínio, tóxico para a natureza. Para evitar a contaminação e melhorar a saúde de comunidades que dependem da água do rio, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) estudou o uso da semente de uma planta, a moringa, para tornar potável a água do Rio Negro e conseguiu resultados inesperados.
A moringa é uma planta originária da Índia. Para purificar a água, a semente é extraída e masserada, formando um pó, aplicado no líquido. No Brasil, a planta já é usada para tirar o barro e eliminar bactérias de rios da região Nordeste. Como a quantidade de pó de varia de acordo com as características dos rios e também com o período do ano, “a pesquisa do Inpa foi pioneira”, diz a farmacêutica Edilene Sargentini, que participou dos estudos.
“A grande diferença do Rio Negro é que a água é colorida devido à presença de substância húmica, decorrente da decomposição de animais e plantas da floresta, transportados para o rio por meio de lixiviação”, explica Edilene.
Além de conseguir limpar a água e eliminar 99% das bactérias, o estudo do Inpa desenvolveu uma nova metodologia de aplicação da semente de moringa que consegue purificar a água mais rapidamente. Ao aplicar o pó na água, não é preciso esperar cerca de 2 horas, como ocorre em processos já conhecidos. Nos laboratórios do Inpa, a purificação ocorreu em apenas alguns minutos.
Além disso, com o novo método, os pesquisadores conseguiram deixar a água potável por até três dias – contra um dia com o método convencional. “Após usar o pó da semente de moringa, você tem um tempo para usar a água. Depois disso, ela ‘apodrece’. Descobrimos uma nova metodologia para usar esta semente de modo em que a água não ‘apodrece’ tão rápido”, conta Edilene. Os pesquisadores pretendem patentear a nova metodologia.
Sachês
Agora, a pesquisa está entrando em uma nova fase, fora do Inpa. O objetivo da equipe é desenvolver sachês de moringa, que poderiam ser distribuídos para as comunidades à beira do Rio Negro com um passo a passo do uso. Para Edilene, o sachê facilitaria o uso da moringa, porque já viria com a dose certa. Bastaria colocá-lo na água, sem ser necessário ter a planta no quintal e preparar o pó.
Agora, a pesquisa está entrando em uma nova fase, fora do Inpa. O objetivo da equipe é desenvolver sachês de moringa, que poderiam ser distribuídos para as comunidades à beira do Rio Negro com um passo a passo do uso. Para Edilene, o sachê facilitaria o uso da moringa, porque já viria com a dose certa. Bastaria colocá-lo na água, sem ser necessário ter a planta no quintal e preparar o pó.
Mas, antes mesmo da criação dos sachês, os resultados da pesquisa podem ser aplicados através do ensino da preparação do pó e aplicação na água. Uma das metas da equipe de pesquisa é criar uma cartilha que explique os procedimentos.
Apesar de não ser nativa do Brasil, a moringa se adaptou bem às condições amazônicas, afirma Edilene. “[No Inpa] nós plantamos 90 sementes de moringa e 87 germinaram. Com um ano a planta já está dando fruto. E, se a poda é feita corretamente, a moringa dá semente até três vezes por ano”. Depois, é só preparar o pó. Uma solução simples para melhorar o Rio Negro e a saúde de populações que vivem em torno dele, conclui Edilene.
MAIS INFORMAÇÕES
MORINGA
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Brassicales
Família: Moringaceae
Género: Moringa
Espécie: Moringa oleifera
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Brassicales
Família: Moringaceae
Género: Moringa
Espécie: Moringa oleifera
Moringa oleifera é uma planta da família das Moringáceas, com nomes populares que variam de acordo com a região em que foi introzida, além é claro da região em que é natural.
Algumas literaturas apontam o Oeste da África como sendo a região nativa desta árvore, porém há relatos que referem ser natural dos sopés montanhosos meridionais dos Himalaias (Noroeste da Índia). Mas é graças á sua grande rusticidade que a torna uma planta facilmente adaptável à diversos locais onde o solo pouco oferece com relação a nutrientes e água, portanto prefere solos arenosos, secos e tolera bem zonas costeiras, além de possuir resistência á doenças. Cresce principalmente em áreas subtropicais e semi-áridas tropicais.
Devido as propriedades que lhe são conferidas, é hoje cultivada em países da África, América Central, América do Sul, Sri Lanka, Índia, Malásia e nas Filipinas.
Dentre os nomes populares, temos: moringa, acácia-branca, árvore-rabanete-de-cavalo, cedro, moringueiro e quiabo-de-quina; em Cabo Verde (África) é conhecida como akásia-branka, em Timor (Província da Indonésia), como morangue e na Índia como moxingo.
Árvore de crescimento rápido, pode alcançar 12 metros de altura e possui ramos que crescem cerca de 10 m de comprimento, o que muitas vezes se faz necessário as podas anuais, onde pode-se reduzir os ramos á um metro. Folhas bipenadas e flores em panículas de coloração amarelo-pálidas, perfumadas, muito procuradas por abelhas e pássaros que são os agentes polinizadores de suas flores.
Devido as propriedades que lhe são conferidas, é hoje cultivada em países da África, América Central, América do Sul, Sri Lanka, Índia, Malásia e nas Filipinas.
Dentre os nomes populares, temos: moringa, acácia-branca, árvore-rabanete-de-cavalo, cedro, moringueiro e quiabo-de-quina; em Cabo Verde (África) é conhecida como akásia-branka, em Timor (Província da Indonésia), como morangue e na Índia como moxingo.
Árvore de crescimento rápido, pode alcançar 12 metros de altura e possui ramos que crescem cerca de 10 m de comprimento, o que muitas vezes se faz necessário as podas anuais, onde pode-se reduzir os ramos á um metro. Folhas bipenadas e flores em panículas de coloração amarelo-pálidas, perfumadas, muito procuradas por abelhas e pássaros que são os agentes polinizadores de suas flores.
Os frutos possuem o formato de cápsulas arredondadas, com três asas equidistantes. São os pássaros que efetuam a polinização de suas flores.
Considerada como uma das árvores cultivadas mais úteis para o ser humano, pois praticamente todas as suas partes podem ser utilizadas para diversos fins.
Dentre os usos, temos: produção de óleo, madeira, papel, sombra e combustível líquido.
Suas sementes quando maceradas são utilizadas na purificação da água de maneira eficiente e barata. O processo ocorre devido à sua capacidade de floculação, que faz com que as impurezas contidas em água barrenta de açudes por exemplo, se agregarem as sementes. Em poucos minutos á água pode ser consumida por humanos.
Considerada como uma das árvores cultivadas mais úteis para o ser humano, pois praticamente todas as suas partes podem ser utilizadas para diversos fins.
Dentre os usos, temos: produção de óleo, madeira, papel, sombra e combustível líquido.
Suas sementes quando maceradas são utilizadas na purificação da água de maneira eficiente e barata. O processo ocorre devido à sua capacidade de floculação, que faz com que as impurezas contidas em água barrenta de açudes por exemplo, se agregarem as sementes. Em poucos minutos á água pode ser consumida por humanos.
Este recurso já está sendo implementado em regiões com escassez de saneamento básico como por exemplo a região nordeste do Brasil.
Praticamente todas as partes da planta (folhas, frutos e raízes) podem ser utilizadas na alimentação humana, além do uso medicinal, como no tratamento da malária e da icterícia, para doenças na pele, e até para parar o sangramento da mulher após o parto.
Nas folhas são encontrados altos teores de vitamina A e C, o que as tornam muito nutritivas e podem ser utilizadas na composição de alimentos; nos trópicos, a sua folhagem é usada como forragem para animais. Os frutos são comestíveis e muito comercializados para Europa na forma “in natura”, além de também serem exportados para Índia e países do ocidente na forma de conservas. Das sementes, bastante oleosas, são extraídos um líquido chamado Oléo de bem (ou Bem), que é utilizado na pintura artística. Sua madeira pode ser usada na produção de papel e fibras têxteis.
Não é recomendado o uso de suas raízes por gestantes.
A moringa é facilmente propagável, podendo ser feita por estacas ou sementes, que podem ser plantadas diretamente no local definitivo, e não há necessidade de tratamento prévio do solo, pois essa planta necessita de poucos tratos culturais, e se houver condições climáticas adequadas, pode crescer rapidamente. Se as condições de iluminação da planta forem adequadas, um único indivíduo pode produzir de 50 a 70 Kg de frutos por ano.
Praticamente todas as partes da planta (folhas, frutos e raízes) podem ser utilizadas na alimentação humana, além do uso medicinal, como no tratamento da malária e da icterícia, para doenças na pele, e até para parar o sangramento da mulher após o parto.
Nas folhas são encontrados altos teores de vitamina A e C, o que as tornam muito nutritivas e podem ser utilizadas na composição de alimentos; nos trópicos, a sua folhagem é usada como forragem para animais. Os frutos são comestíveis e muito comercializados para Europa na forma “in natura”, além de também serem exportados para Índia e países do ocidente na forma de conservas. Das sementes, bastante oleosas, são extraídos um líquido chamado Oléo de bem (ou Bem), que é utilizado na pintura artística. Sua madeira pode ser usada na produção de papel e fibras têxteis.
Não é recomendado o uso de suas raízes por gestantes.
A moringa é facilmente propagável, podendo ser feita por estacas ou sementes, que podem ser plantadas diretamente no local definitivo, e não há necessidade de tratamento prévio do solo, pois essa planta necessita de poucos tratos culturais, e se houver condições climáticas adequadas, pode crescer rapidamente. Se as condições de iluminação da planta forem adequadas, um único indivíduo pode produzir de 50 a 70 Kg de frutos por ano.
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