quinta-feira, 26 de julho de 2012

Audiência Pública: A situação da pesca na cidade do Rio de Janeiro,01/08, às 10h CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO


O Barão de Mauá e os pescadores ameaçados no Rio, por Carlos Tautz


Em 30 de abril de 1854, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, inaugurou a primeira estrada de ferro construída no Brasil. Ligava o Porto de Estrela, na praia de Mauá, município de Magé (RJ), no fundo da Baía da Guanabara, à localidade de Raiz da Serra, numa cerimônia que teve a presença de D. Pedro II.
Hoje, 158 anos depois, a mesma praia é palco de luta tão heróica quanto à de Mauá. A poucos metros do porto de Estrela, criminosamente abandonado e isolado da sociedade pela empresa GDK, a serviço da Petrobras na construção do complexo petroquímico Comperj, está a minúscula sede da Ahomar.
Esta associação de pescadores teve quatro de seus membros assassinados desde 2010 (Almir e Pituca há apenas um mês). Seu presidente, Alexandre Anderson, vive sob escolta da PM, a mando do Programa de Proteção de Defensores dos Direitos Humanos (PPDDH).
O “crime” dos pescadores artesanais, e que está na raiz dos assassinatos , foi protestar contra o vazamento, pela Petrobras, de1,3 milhões de litros de óleo em 2000 e de resistir à implantação do Comperj.
A exemplo de várias outras obras de porte semelhante em implantação no Estado, este megaprojeto é farto em dinheiro público subsidiado, licenças ambientais irregulares e está associado a um variado cardápio de atentados a direitos humanos.
Em outra baía localizada no Estado – a de Sepetiba –, as barbaridades verificadas em Mauá se repetem como padrão. Moradores são ameaçados pela implantação da siderúrgica TKCSA, que aumentou em 70% a poluição do ar no município, outro pescador também está no PPDDH por resistir à situação.
A TKCSA, onde o BNDES, banco público, enterrou R$ 1,4 bilhão, localiza-se no esquecido bairro de Santa Cruz, onde escolas e postos de saúde são controlados com mão de aço pela siderúrgica e médicos são impedidos de registrar o aumento de graves enfermidades desde que a indústria chegou.
Como se tudo isso não bastasse, a TKCSA é suspeita de contratar milícias para fazer sua segurança e transportar trabalhadores.
Mas os leitores que se assustaram com tantas denúncias em artigo tão curto podem se preparar. Muitas outras sairão da audiência pública que a Câmara dos Vereadores do Rio convocou para 1 de agosto, sobre a situação da pesca artesanal do Rio.
Por sua luta pela economia do Brasil, Mauá foi sabotado e morreu pobre em 1989. É a hora de o País dizer se aprendeu a lição histórica e impedir que outros brasileiros tão bravos continuem a perder suas vidas.

Carlos Tautz é jornalista e coordenador do Instituto Mais Democracia – Transparência e controle cidadão sobre governos e empresas


Instituto Mais Democracia - Transparência e controle cidadão de governos e empresas  www.maisdemocracia.org.br<br>carlostautz@maisdemocracia.org.br">carlostautz@maisdemocracia.org.br
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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Lixão de Paracambi: meio século de problemas para população de município fluminense


Isabela Vieira / Repórter da Agência Brasil
lixaodeparacambi
Rio de Janeiro - Um lixão a céu aberto, instalado há cerca de cinquenta anos, de maneira irregular no município de Paracambi, situado a 70 quilômetros da capital, preocupa os moradores. Ambientalistas cobram providências e exigem a desativação do local.
A organização não governamental (ONG) Instituto Ambiental Conservacionista 5° Elemento, com sede na cidade, elaborou um dossiê com informações e fotos coletadas desde 2008 no local. Relacionam o desaparecimento de árvores e animais, além de uma série de doenças na comunidade de Beira da Linha, de cerca de 50 habitantes há menos de 30 metros do local, ao surgimento de um lago de chorume do lixão (com contaminação do lençol freático). O governo estadual iniciou em maio obras para fechar a unidade e reparar os impactos ambientais.
Sem nenhum tipo de infraestrutura para proteger da contaminação o solo e o lençol freático, o vazadouro, uma área de 35 metros quadrados, recebe 30 toneladas de rejeitos por dia, que até há poucos meses, não passavam por nenhum tratamento, favorecendo a proliferação de doenças e de insetos. A montanha de lixo começou a ser aterrada em maio, agravando impactos, como o vazamento direto de chorume para o Rio dos Macacos, que deságua no Rio Guandu, responsável pelo abastecimento de 12 milhões de pessoas no estado.
“O lixão de Paracambi tem todos os problemas ambientais e sanitários que um lixão pode ter. Gera poluição do ar com a liberação de gases tóxicos como o metano, poluição em decorrência do chorume, que contamina o solo e, obviamente, os lençóis freáticos, a água, além de ser um foco de proliferação de doenças, porque a matéria orgânica em decomposição atrai ratos, moscas e urubus”, avaliou o professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Adacto Otoni.
O chorume que já minava nos quintais de casas do bairro Beira da Linha, situado entre o lixo e o rio, onde vivem famílias de catadores, formou uma lagoa atrás do vazadouro. O material entra em contato com animais usados na alimentação e é suspeito de provocar doenças, como diarreia, giardíases, dermatites, entre outras, afirma o relatório da ONG. A pequena Raquel Gregório, de 10 anos, conhece e sofre com esses efeitos. “Esse cheiro dá muita dor na minha cabeça e, às vezes, a gente não consegue nem dormir.”
A lagoa de chorume também acabou com a principal alternativa de lazer da comunidade. Atrás do lixão (que não tem sequer um muro ou cerca de contenção), um pequeno campo de futebol foi tomado por água de cor cinza e cheiro insuportável. Sem proteção, as crianças continuam brincando por ali, aumentando o risco de contaminação, destaca o relatório. A prefeitura da cidade promete solucionar o problema impedindo a passagem no local até junho.
Com a capacidade do lixão acima do limite, outra preocupação dos ambientalistas é a construção de uma nova área para receber os dejetos da cidade, atrás da atual montanha de lixo, que contaria com recursos de um pacote de R$ 3 milhões do governo estadual para remediar impactos ao solo e ao lençol freático causados pelo vazadouro. A nova célula, feita em conformidade com as regras ambientais, funcionaria por um ano, até a construção de um aterro regular na cidade.
A ONG ambientalista 5º Elemento cobra o cronograma de obras e, assim como o professor da Uerj, defende um centro de tratamento de resíduos em vez de um aterro. “Eles não dão prazo e nem informam como será a obra. Queremos saber o que vai ser feito para poder acompanhar”, reivindicou a bióloga da 5º Elemento, Márcia Marques, ao defender transparência na divulgação de informações sobre a remediação do lixo e da nova célula.
Edição: Talita Cavalcante

PARACAMBI CAMINHADA DA NATUREZA - NOTURNA

OFICINA DE PET

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